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Abstract
O presente artigo visa esclarecer a presença do ataque nasal nos artigos definidos em variedades dialetais do Português europeu (PE) contemporâneo. Restringe-se a análise a um contexto nitidamente delimitado, abrangendo, por defeito, os ditongos nasais das sílabas finais da forma verbal conjugada e o artigo a ela posposto, produzindo assim as formas no, na, nos, nas. É um fenómeno inovador na história dos artigos definidos do PE, pois os textos das épocas prévias não comprovam a mudança nessa configuração. A análise baseia-se nos dados reunidos na secção ‘transcrição literal’ do CORDIAL-SIN – Corpus Dialectal para o Estudo da Sintaxe. Além da dimensão variacionista, o presente trabalho aprofunda a natureza flexiva de ambas as formas paralelas. São igualmente estudados os processos fonológicos concomitantes à presença do ataque, ou seja, a monotongação, a perda de nasalidade, bem como a alteração do timbre da primeira das vogais encadeadas. Foi adotado neste estudo o modelo de gramáticas competidoras permitindo assim destrinçar os métodos de processamento dos dados linguísticos. Concebe-se a variação que permeia as sequências: verbo+artigo definido como o desfecho da atuação da analogia, inspirada pelas mudanças que incidem na forma dos pronomes clíticos acusativos na ênclise, homónimos dos artigos definidos.