{"title":"Interações medicamentosa entre Bupropiona e anti-hipertensivo e entre Bupropiona e antidepressivo em pacientes tabagistas: uma revisão de literatura","authors":"Ana Débora Coutinho Lima, Clésia Oliveira Pachú","doi":"10.25061/2527-2675/rebram/2022.v25i3.1741","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O tabagismo é uma doença crônica que afeta o funcionamento normal do cérebro e do coração, podendo causar depressão e hipertensão. Nesse sentido, a terapia prescrita para pessoas portadoras de dependência à nicotina e hipertensão associadas é a bupropiona, um fármaco antidepressivo atípico que melhora os sintomas de abstinência de quem deseja parar de fumar. Tal terapia deve ser feita com cautela, porque há interações medicamentosas a serem consideradas entre a bupropiona, agentes anti-hipertensivos e antidepressivos, podendo trazer riscos ao paciente. Diante disso, foi feita uma revisão de literatura, com o objetivo de identificar as interações medicamentosas presentes entre bupropiona e medicamentos anti-hipertensivos, e entre bupropiona e fármacos antidepressivos. Sendo assim, realizou-se buscas nas bases de dados Google Scholar, Periódicos Capes e Science Direct, para encontrar trabalhos entre os anos 2018 e 2022. Foram encontrados 130 trabalhos, nos quais 25 artigos foram analisados e 17 artigos foram selecionados. Dessarte, notou-se que dentre as classes diuréticos e anti-hipertensivos analisadas, a única classe que apresenta interação fármaco-fármaco com a bupropiona é a dos bloqueadores adrenérgicos. Dessa maneira, ocorre um antagonismo competitivo entre bupropiona e os bloqueadores adrenérgicos pelas enzimas hepáticas CYP2D6, provocando o aumento da concentração plasmática dos bloqueadores adrenérgicos, visto que a bupropiona é um forte inibidor dessa enzima, podendo gerar riscos de hipotensão e queda da frequência e contratilidade cardíacas do paciente. Quanto à interação medicamentosa entre bupropiona e antidepressivos, foi visto que a bupropiona interage com a fluoxetina e com antidepressivos tricíclicos, provocando riscos de arritmias e hipertensão.","PeriodicalId":31954,"journal":{"name":"Revista Brasileira Multidisciplinar ReBraM Brazilian Multidisciplinay Journal","volume":"29 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Brasileira Multidisciplinar ReBraM Brazilian Multidisciplinay Journal","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.25061/2527-2675/rebram/2022.v25i3.1741","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O tabagismo é uma doença crônica que afeta o funcionamento normal do cérebro e do coração, podendo causar depressão e hipertensão. Nesse sentido, a terapia prescrita para pessoas portadoras de dependência à nicotina e hipertensão associadas é a bupropiona, um fármaco antidepressivo atípico que melhora os sintomas de abstinência de quem deseja parar de fumar. Tal terapia deve ser feita com cautela, porque há interações medicamentosas a serem consideradas entre a bupropiona, agentes anti-hipertensivos e antidepressivos, podendo trazer riscos ao paciente. Diante disso, foi feita uma revisão de literatura, com o objetivo de identificar as interações medicamentosas presentes entre bupropiona e medicamentos anti-hipertensivos, e entre bupropiona e fármacos antidepressivos. Sendo assim, realizou-se buscas nas bases de dados Google Scholar, Periódicos Capes e Science Direct, para encontrar trabalhos entre os anos 2018 e 2022. Foram encontrados 130 trabalhos, nos quais 25 artigos foram analisados e 17 artigos foram selecionados. Dessarte, notou-se que dentre as classes diuréticos e anti-hipertensivos analisadas, a única classe que apresenta interação fármaco-fármaco com a bupropiona é a dos bloqueadores adrenérgicos. Dessa maneira, ocorre um antagonismo competitivo entre bupropiona e os bloqueadores adrenérgicos pelas enzimas hepáticas CYP2D6, provocando o aumento da concentração plasmática dos bloqueadores adrenérgicos, visto que a bupropiona é um forte inibidor dessa enzima, podendo gerar riscos de hipotensão e queda da frequência e contratilidade cardíacas do paciente. Quanto à interação medicamentosa entre bupropiona e antidepressivos, foi visto que a bupropiona interage com a fluoxetina e com antidepressivos tricíclicos, provocando riscos de arritmias e hipertensão.