Entre o trono e o cálice: intoxicação frequente de reis macedônios como topos literário na historiografia helenística e nas fontes sobre Alexandre Magno
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Abstract
Embora alguns historiadores tenham defendido que o registro de intoxicacao frequente entre reis macedonios nas fontes antigas ilustre um “costume nacional” (Walbank, 1967), um desvio do generico “dever aristocratico” em Polibio (Eckstein, 1995), ou ainda uma tendencia a violencia fisica nos banquetes reais como traco de alteridade (Murray, 1996), o mesmo nao foi devidamente interpretado como um topos literario na historiografia tardo-classica e helenistica, com relevantes ecos tardios nos relatos sobre Alexandre Magno. A hipotese deste artigo e a de que o isolamento metodologico deste fator, posto em perspectiva, permite que observemos como Polibio (representante maximo da historiografia helenistica sobre os reis macedonios) lanca mao de um lugar-comum ja presente em Teopompo especificamente sobre a intoxicacao dos reis macedonios (com um desacordo radical entre os dois sobre Filipe II), e como ecos desse alcoolismo em relatos posteriores sobre Alexandre Magno reforcam o mesmo topos literario por outra tradicao de fontes primarias (Ptolomeu, Aristobulo e Clitarco, todos anteriores a Polibio).