{"title":"“Eu sei que eu tenho que tomar muito cuidado com o que eu falo e com o que eu faço”","authors":"Tuany Cristina Carvalho, B. Heerdt","doi":"10.53282/sulsul.v2i03.908","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente trabalho tem como objetivo analisar discursos e práticas produzidas pelo/as professor/as a respeito de ser homem ou mulher atuando na educação infantil, inspirada na perspectiva foucaultiana. O texto está fundamentado principalmente em autoras que discutem as relações de gênero no espaço escolar e as limitações da docência masculina na Educação Infantil, tais como: Louro (1997, 2004), Finco (2001, 2005, 2011), Sayão (2005), entre outras. O procedimento de coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com professor e professoras atuantes na Educação Infantil da rede municipal de Ponta Grossa – PR, após foi realizada a análise do discurso. Considerando as análises realizadas, foi possível constatar que os discursos que circulam entre o/as professor/as a respeito de ser homem e mulher na docência da Educação Infantil são normatizadores e reforçam a ideia da docência nessa etapa da educação como atividade feminina. Nesses discursos o professor não pode realizar a higiene de crianças pequenas e precisa tomar cuidado com suas falas e ações, uma vigilância de suas próprias práticas. Há um regime de verdade imposto, de que apenas as mulheres podem atuar na Educação Infantil. Entretanto, conforme apontam outras pesquisas, a presença de professores no contexto da Educação Infantil, representa uma inversão desses discursos, pois, mesmo que ainda hajam poucos homens atuando nessa etapa da educação, a presença dos professores vem crescendo e faz com que novos discursos circulem.","PeriodicalId":30528,"journal":{"name":"Semina Ciencias Sociais e Humanas","volume":"112 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Semina Ciencias Sociais e Humanas","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.53282/sulsul.v2i03.908","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O presente trabalho tem como objetivo analisar discursos e práticas produzidas pelo/as professor/as a respeito de ser homem ou mulher atuando na educação infantil, inspirada na perspectiva foucaultiana. O texto está fundamentado principalmente em autoras que discutem as relações de gênero no espaço escolar e as limitações da docência masculina na Educação Infantil, tais como: Louro (1997, 2004), Finco (2001, 2005, 2011), Sayão (2005), entre outras. O procedimento de coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com professor e professoras atuantes na Educação Infantil da rede municipal de Ponta Grossa – PR, após foi realizada a análise do discurso. Considerando as análises realizadas, foi possível constatar que os discursos que circulam entre o/as professor/as a respeito de ser homem e mulher na docência da Educação Infantil são normatizadores e reforçam a ideia da docência nessa etapa da educação como atividade feminina. Nesses discursos o professor não pode realizar a higiene de crianças pequenas e precisa tomar cuidado com suas falas e ações, uma vigilância de suas próprias práticas. Há um regime de verdade imposto, de que apenas as mulheres podem atuar na Educação Infantil. Entretanto, conforme apontam outras pesquisas, a presença de professores no contexto da Educação Infantil, representa uma inversão desses discursos, pois, mesmo que ainda hajam poucos homens atuando nessa etapa da educação, a presença dos professores vem crescendo e faz com que novos discursos circulem.