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Abstract
O samba a partir da década de 1910 conseguiu vencer a biopolítica racialista do governo brasileiro, pois, sem ter qualquer compaixão pela população mais pobre e negra após à abolição da escravatura, ainda incentivou a política imigratória. O samba, cunhado essencialmente por negros, conseguiu se tornar patrimônio nacional. Por outro lado, todo artista negro da nossa música, sobretudo a mulher, já era posto no escaninho do samba pelos produtores. Elza Soares se tornou uma grande sambista, mas não queria apenas este posto. Ao longo da vida, tentou se reinventar algumas vezes, até que finalmente, aos 85 anos, alcança o sucesso sem este rótulo. Mostrou ser a perfeita tradução do “ser contemporâneo”, ressignificando também seu discurso, virando também ativista para chegar a um público jovem que a tem como uma deusa negra, feminista e pró-LGBTQ+.