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Abstract
O objetivo desse artigo consiste em discutir as relações entre multidão e povo para a constituição da teoria da representação proposta por Thomas Hobbes. Para tanto, direcionam-se as discussões para o âmbito das obras Elements of Law e Leviathan, pelas quais se reconstitui a trajetória argumentativa que dispensa os elementos da pluralidade das vontades para o âmbito da sua unidade. Evidencia-se, portanto, uma evolução argumentativa no que concerne à ideia de unidade e representação entre as duas obras de Hobbes. Para tanto, discute-se a aquisição da unidade das vontades como um elemento indispensável para o estabelecimento da pessoa artificial. Como consequência, demonstra-se que a teoria da representação está condicionada à constituição de uma vontade única, pela qual se estabelecem as premissas da redução do múltiplo ao uno, cuja consequência é o surgimento da concepção de autorização, fundamental ao núcleo da representatividade política.