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Abstract
Gilbert Simondon, em sua filosofia não autocrática da técnica, criticou o hilemorfismo, teoria aristotélica para a origem, que concebe a formação do indivíduo através da imposição de uma forma tida como ideal sobre uma matéria passiva. Para Simondon, é primeiro porque o homem, como portador da forma, domina a natureza, que ele pode dominar outros homens. Ao refletir sobre o modo de existência dos objetos técnicos, o filósofo percebe que a própria concepção de trabalho ocidental reproduz situações de dominação decorrentes dessa cisão e dominação inicial sobre a natureza, da divisão entre trabalho manual e intelectual, saber sensível e científico, conflito entre cultura e técnica. Neste movimento, o autor defenderá que o próprio trabalho é fonte de alienação, sendo insuficiente a crítica que localiza a alienação na relação da propriedade privada e no jogo da mais-valia. Em seu entendimento, o marxismo localiza a alienação fora do trabalho. O presente texto, de forma introdutória, apresenta momentos dessa reflexão. Por fim, são visitados alguns textos menos explorados de Marx, inclusive estudos relativos à tecnologia, em que encontramos uma rica reflexão sobre a relação do trabalhador com a máquina, a ciência aplicada ao capital, e outras questões, as quais, apesar de neste texto não serem aprofundadas, dão indicações de uma aproximação maior entre os dois autores.