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Abstract
As práticas de reanimação, que assumiram papel importante na medicina a partir do século XX, não estiveram ausentes da medicina do passado. Foi principalmente no decorrer do século XVIII que se intensificou a reflexão sobre o valor da vida humana, o que implicou em uma atenção sobre quais procedimentos poderiam livrar da morte as vítimas de acidentes, acometidas por asfixias. Essa discussão significou também uma atenção cada vez maior sobre a necessidade de se identificar os sinais da “morte real” no corpo, de maneira a se evitar a morte aparente. O objetivo desse artigo é r a questão da “morte aparente” e as práticas de reanimação no contexto da Ilustração em Portugal, no período entre 1780 e 1818. Procuramos mostrar como a literatura médica sobre o tema se articulou com as questões sanitárias do período e o papel exercido pela tradução de obras estrangeiras sobre esses temas, bem como as práticas que eram recomendadas para reanimar os corpos.