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Abstract
Passados quase 20 anos desde a Declaração de Budapeste (2002) e frente a recorrentes controvérsias em torno dos periódicos científicos, cabe indagar em que medida a crise dos periódicos ganha novos contornos e assume novas dimensões, e como vem repercutindo nos modos de se fazer ciência. O objetivo deste trabalho é problematizar os aspectos que configuram a crise dos periódicos científicos e seus desdobramentos recentes, sistematizando os argumentos sobre as principais questões e desafios atuais nessa questão, bem como caracterizando a emergência de um novo ecossistema de comunicação científica em torno do desenvolvimento de novas plataformas e infraestruturas de publicação. A abordagem metodológica do estudo envolveu: (a) revisão da literatura a partir de uma perspectiva crítica; (b) realização de entrevistas com especialistas e advocates; e (c) levantamento e discussão sobre iniciativas emergentes e inovadoras nesse campo. Como resultados, apontamos o potencial de ampliação da variedade de objetos científicos em circulação, ampliando suas condições de interoperabilidade, de conformação de infraestruturas abertas e governanças comunitárias, até processos mais críticos como a conversão do acesso aberto em modelo de negócio e a verticalização e algoritmização da oferta de serviços à pesquisa científica.
Palavras-chave: Comunicação científica. Acesso aberto. Ciência aberta. Periódicos científicos. Plataformas.