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Abstract
A origem da Antropologia de Kantiana aponta para a coerência do projeto de filosofia deste autor: a proposição de padrões para a resolução de problemas humanos segundo uma finalidade prática da experiência social. Assim, este artigo tem como pano de fundo a ideia que apesar de Kant iniciar a sua filosofia crítica buscando as condições de possibilidade de cientificidade da metafísica, ele flexionou seu projeto, após 1793, em vista do principal objeto de qualquer teoria filosófica moderna, o homem, sendo a antropologia sua ciência. Com isso, exporei que a antropologia não surgiu da psicologia empírica, apesar de ter dela se servido em seu início por falta de um melhor manual de teoria empírica; isso significa que apesar da noção de sujeito ser essencial na filosofia crítica, ela não satisfaz as finalidades humanas, que se vinculam à espécie, em geral. Finalmente, mostrarei que a geografia física é o marco inicial da antropologia kantiana, devido o fato de ser um conhecimento do mundo físico e humano, cuja importância deste último tornou inevitável sua independência, em vista da fundação da ciência do homem. Este artigo também ajuda lateralmente a compreender certo esquecimento da antropologia kantiana por parte da antropologia social e cultural, que se consolidou no século XIX.