Direito ao Som: paisagens e resistências sonoras do funk na favela da Maré // The right to make a sound: the soundscapes of favela da Maré and the sonic resistance of funk music
{"title":"Direito ao Som: paisagens e resistências sonoras do funk na favela da Maré // The right to make a sound: the soundscapes of favela da Maré and the sonic resistance of funk music","authors":"A. Medrado, R. S. Souza","doi":"10.9771/1809-9386CONTEMPORANEA.V14I1.14721","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste artigo, pretendemos encontrar os pontos de intersecao entre a comunicacao e os direitos humanos, incorporando perspectivas dos estudos de som e cultura auditiva. Atraves de um estudo de suas paisagens sonoras, exploramos as experiencias cotidianas de uma favela do Rio de Janeiro, a Mare, dedicando atencao a um sentido que e, muitas vezes, negligenciado: a audicao. Para isso, adotamos uma abordagem etnografica, com a realizacao de passeios sonoros e observacoes participantes. Ao escutar as paisagens sonoras da Mare, descobrimos que a rua se configura como o espaco mais adequado para trocas reais e simbolicas, permitindo que os moradores aprofundem seus sentimentos de pertencimento a essa comunidade. Talvez por serem tao representativos, os sons da Mare e, dentre eles, o funk vem sofrendo tentativas sistematicas de silenciamento. Elas demonstram o carater autoritario de algumas intervencoes que vem sendo realizadas nas favelas, como a militarizacao e a pacificacao. Mesmo com essa repressao sonora, as ruas da Mare continuam a ser ocupadas com suas festas e sons. A comunidade funkeira continua ecoando suas vozes e ritmos nas paisagens sonoras, resistindo em seu espaco comum.","PeriodicalId":30190,"journal":{"name":"Contemporanea Revista de Comunicacao e Cultura","volume":"57 1","pages":"89-104"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2016-05-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Contemporanea Revista de Comunicacao e Cultura","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.9771/1809-9386CONTEMPORANEA.V14I1.14721","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Neste artigo, pretendemos encontrar os pontos de intersecao entre a comunicacao e os direitos humanos, incorporando perspectivas dos estudos de som e cultura auditiva. Atraves de um estudo de suas paisagens sonoras, exploramos as experiencias cotidianas de uma favela do Rio de Janeiro, a Mare, dedicando atencao a um sentido que e, muitas vezes, negligenciado: a audicao. Para isso, adotamos uma abordagem etnografica, com a realizacao de passeios sonoros e observacoes participantes. Ao escutar as paisagens sonoras da Mare, descobrimos que a rua se configura como o espaco mais adequado para trocas reais e simbolicas, permitindo que os moradores aprofundem seus sentimentos de pertencimento a essa comunidade. Talvez por serem tao representativos, os sons da Mare e, dentre eles, o funk vem sofrendo tentativas sistematicas de silenciamento. Elas demonstram o carater autoritario de algumas intervencoes que vem sendo realizadas nas favelas, como a militarizacao e a pacificacao. Mesmo com essa repressao sonora, as ruas da Mare continuam a ser ocupadas com suas festas e sons. A comunidade funkeira continua ecoando suas vozes e ritmos nas paisagens sonoras, resistindo em seu espaco comum.