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Abstract
Neste artigo discutimos o contexto em que se deu a Semana de Arte Moderna no Theatro Municipal de São Paulo, em fevereiro de 1922, analisando como ambos — teatro e festival — são parte de um desejo de projeção das elites paulistanas no cenário nacional. Ao invocar o modernismo, os jovens da Semana se posicionavam diante do cenário de uma história republicana de poucas conquistas, no plano dos direitos, e muitas demandas, no universo da pós-abolição, dos movimentos operários e da imigração que mudavam a face da metrópole. Se o modernismo foi responsável por inverter a bússola que julgava a herança afro-brasileira e indígena motivo de atraso, é hoje flagrante a falta de artistas negros e indígenas e a escassa presença feminina. Nosso objetivo é voltar a essa história de escolhas e silêncios, e fazer perguntas a partir de um presente em que são outras as demandas por uma modernidade radicalmente inclusiva e democrática.