Raquel Silva Gondim, L. Melo, E. Vieira, Najara Barbosa da Rocha
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Abstract
Introdução: Após a instalação da pandemia da Covid-19, a atenção em saúde bucal nos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil se concentrou nos atendimentos de urgência. Objetivo: Avaliar o impacto da pandemia da COVID-19 no número de atendimentos a urgências odontológicas na APS no Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo analítico e ecológico com dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica referentes ao número de atendimentos realizados de março a dezembro de 2018 a 2020 nos serviços de APS de todo o Brasil para dor de dente, abscesso e traumatismo dentoalveolares. Diferenças entre as medianas do número de atendimentos mensais antes da pandemia (abril a dezembro de 2018 e 2019) e durante (abril a dezembro de 2020) foram analisadas usando o teste não paramétrico de Mann-Whitney U para amostras independentes considerando os intervalos interquartílicos (IIQ). Resultados: Foram analisados aproximadamente 14 milhões de atendimentos, sendo quase um terço deles ocorridos durante a pandemia. Houve redução na mediana do número mensal de atendimentos a urgências no Brasil (-16,5%; p<0,031). Atendimentos a dor de dente reduziram de uma mediana mensal de 448.802,0 para 377.941,5 (IIQ antes [IIQa]: 416.291,7-506.150,5; IIQ durante [IIQd]: 310.251,0-454.206,5), atendimentos de abscesso dentoalveolar reduziram de 34.929,0 para 27.705,5 (IIQa: 30.215,0-37.870,5; IIQd: 22.216,0-30.048,2) e a traumatismos dentoalveolares de 16.330,5 para 10.975,0 (IIQa: 14.800,0-18.472,7; IIQd: 8.111,2-13.527,5). Conclusão: Foram observadas reduções significativas na realização de procedimentos odontológicos de urgência na APS durante a pandemia de COVID-19.