{"title":"Uma análise de produção bibliográfica sobre as práticas teatrais contemporâneas e a infância: protagonismos infantis e relações de poder","authors":"Sidmar Silveira Gomes","doi":"10.55028/pdres.v9i21.15812","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Ao tomar como inspiração o trabalho com arquivos desenvolvido pelo pensador francês Michel Foucault, interessou à presente investigação mapear os discursos que atrelam a infância às práticas teatrais, analisando, também sob a óptica foucaultiana, as relações de poder aí evidenciadas. Para isso, este artigo valeu-se de um arquivo constituído pelo conjunto de dez revistas científicas do campo das Artes e das Artes Cênicas. No bojo de tal arquivo, foram garimpados 54 artigos que versam acerca do binômio teatro/infância, possíveis de serem divididos em quatro categorias: 1) As linguagens do teatro como instrumento de terapia infantil; 2) A criança, o teatro e a educação – formal e não formal; 3) Teatralidades e infância – a infância como inspiração; 4) A criança e o teatro contemporâneo. Em comum esses artigos evidenciam discursos regulares em favor de ideias de protagonismos infantis, as quais convergem para imagens de indivíduos autônomos apropriados de espaços para se expressarem, agirem e dizerem o que pensam. Entretanto, tal condição infantil parece não se efetivar de forma inconteste nas práticas teatrais com crianças presentes nos estudos escrutinados, uma vez que essas estão fortemente marcadas por intencionalidades e interferências de seus adultos propositores. Daí sobrevêm um paradoxo: a esfera da criança protagonista parece ser incitada e simultaneamente comedida pelas sinuosidades de poder reivindicatórios de sua própria emancipação.","PeriodicalId":40592,"journal":{"name":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","volume":"853 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-11-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Perspectivas em Dialogo-Revista de Educacao e Sociedade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.55028/pdres.v9i21.15812","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"EDUCATION & EDUCATIONAL RESEARCH","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Ao tomar como inspiração o trabalho com arquivos desenvolvido pelo pensador francês Michel Foucault, interessou à presente investigação mapear os discursos que atrelam a infância às práticas teatrais, analisando, também sob a óptica foucaultiana, as relações de poder aí evidenciadas. Para isso, este artigo valeu-se de um arquivo constituído pelo conjunto de dez revistas científicas do campo das Artes e das Artes Cênicas. No bojo de tal arquivo, foram garimpados 54 artigos que versam acerca do binômio teatro/infância, possíveis de serem divididos em quatro categorias: 1) As linguagens do teatro como instrumento de terapia infantil; 2) A criança, o teatro e a educação – formal e não formal; 3) Teatralidades e infância – a infância como inspiração; 4) A criança e o teatro contemporâneo. Em comum esses artigos evidenciam discursos regulares em favor de ideias de protagonismos infantis, as quais convergem para imagens de indivíduos autônomos apropriados de espaços para se expressarem, agirem e dizerem o que pensam. Entretanto, tal condição infantil parece não se efetivar de forma inconteste nas práticas teatrais com crianças presentes nos estudos escrutinados, uma vez que essas estão fortemente marcadas por intencionalidades e interferências de seus adultos propositores. Daí sobrevêm um paradoxo: a esfera da criança protagonista parece ser incitada e simultaneamente comedida pelas sinuosidades de poder reivindicatórios de sua própria emancipação.