Fernanda Cristine dos Santos Bengio, Daniela Dos Santos Bandeira, André Ribeiro de Santana
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Abstract
Neste texto partimos da concepção da educação como exercício do Biopoder, objetivando interrogar a relação entre Racismo de Estado e determinados acontecimentos da política educacional, a fim de tecer algumas considerações acerca do Novo Ensino Médio. A partir da arqueogenealogia foram traçadas algumas reflexões acerca do Novo Ensino Médio e o ensino profissionalizante, por meio da análise de relações de saber e poder, conforme propõe Michel Foucault. De tal maneira, compreendemos que a educação brasileira é atravessada por práticas pautadas no racismo de Estado, o qual aciona a norma como dispositivo de produção de subjetividades, no âmbito do Biopoder. Notamos ainda que a prática educativa brasileira é permeada por discursos higienistas, desde pelo menos o fim do século XIX, que ao buscarem impor uma ortopedia social à população, encontraram legitimidade nos discursos cientificistas racistas dos séculos XIX e XX. Esses aspectos têm sido atualizados no debate recente sobre o Novo Ensino Médio e o ensino profissionalizante, mediante a consolidação de práticas discursivas a-históricas e naturalizadoras das desigualdades sociais em um cenário de ampla disparidade entre a escola pública e a escola privada no Brasil, na implementação do Novo Ensino Médio.