A. Cunha, Nicole Melo dos Santos Eroles, Luísa De Mello Resende
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Abstract
Concepções do imaginário social sobre o gênero feminino definem a maternidade como sinônimo de amor incondicional e dedicação integral ao filho, o que pode resultar em estresse para a mulher, quando esta entende que deve se adequar às demandas impostas pelo “ser mãe”. Ao considerar a gravidez como um fenômeno biopsicossocial, pode-se supor que existem relações entre o estresse típico da gestação, que pode ainda se agravar com as exigências da gravidez e as influências de pressões socioculturais, que legitimam o que é ser mãe e mulher. As relações entre estresse gestacional, maternidade e função materna foram analisadas, adotando a perspectiva sistêmica, em um estudo qualitativo com 15 mulheres com altos níveis de estresse na gravidez entrevistadas após o nascimento. O discurso das participantes foi analisado nas categorias: (1) Expectativas sobre maternidade na gestação e mudanças após o nascimento”; (2) “Responsabilidade da mãe, dedicação à maternidade e função materna”; (3) “Maternidade como função sagrada e o lugar do bebê na família”. Considerando as pressões socioculturais para a mulher ser mãe, sugere-se existir um “ideário materno contemporâneo”, em que situações estressoras afetam a vivência da maternidade desde a gestação.