{"title":"Do 11/9 à COVID-19: a vigilância de Estado na perspectiva da ética intercultural da informação","authors":"Arthur Coelho Bezerra","doi":"10.5433/1981-8920.2020V25N4P31","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: o presente artigo se debruça sobre as práticas de vigilância e monitoramento de informações pessoais levadas a cabo pelas duas principais potências econômicas mundiais (Estados Unidos e China), em dois momentos críticos da história recente: o ataque às torres do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, e a pandemia do coronavírus (COVID-19) em 2020. Objetivo: explorar a hipótese de que, em tais períodos, ações de vigilância de informações pessoais tendem a ser reforçadas por governos de distintas matrizes culturais, sem enfrentar grande resistência por parte das populações que se encontram amedrontadas pela perspectiva da morte. Metodologia: a pesquisa parte de dois estudos de caso e utiliza o método comparativo para verificar possíveis semelhanças entre as ações de vigilância estatal norte-americanas, realizadas após 11 de setembro de 2001, e as ações de vigilância estatal realizadas pela China durante a pandemia da COVID-19. Resultados: é possível afirmar que, embora as motivações declaradas sejam distintas (referentes à segurança nacional, em 2001, e à saúde pública, em 2020), ambos os fenômenos (ação terrorista e pandemia) servem como justificativa para o recrudescimento das ações de vigilância nas potências mundiais citadas, que se valem do temor público para aumentar o controle sobre seus cidadãos e cidadãs. Conclusões: a vigilância de Estado, seja em países ditos democráticos ou autoritários, opera em uma perspectiva dialética de proteção e controle, sendo necessária a busca de um equilíbrio entre o uso de informações pessoais pelos governos e a proteção da privacidade dos indivíduos.","PeriodicalId":30043,"journal":{"name":"Informacao Informacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Informacao Informacao","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5433/1981-8920.2020V25N4P31","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Introdução: o presente artigo se debruça sobre as práticas de vigilância e monitoramento de informações pessoais levadas a cabo pelas duas principais potências econômicas mundiais (Estados Unidos e China), em dois momentos críticos da história recente: o ataque às torres do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, e a pandemia do coronavírus (COVID-19) em 2020. Objetivo: explorar a hipótese de que, em tais períodos, ações de vigilância de informações pessoais tendem a ser reforçadas por governos de distintas matrizes culturais, sem enfrentar grande resistência por parte das populações que se encontram amedrontadas pela perspectiva da morte. Metodologia: a pesquisa parte de dois estudos de caso e utiliza o método comparativo para verificar possíveis semelhanças entre as ações de vigilância estatal norte-americanas, realizadas após 11 de setembro de 2001, e as ações de vigilância estatal realizadas pela China durante a pandemia da COVID-19. Resultados: é possível afirmar que, embora as motivações declaradas sejam distintas (referentes à segurança nacional, em 2001, e à saúde pública, em 2020), ambos os fenômenos (ação terrorista e pandemia) servem como justificativa para o recrudescimento das ações de vigilância nas potências mundiais citadas, que se valem do temor público para aumentar o controle sobre seus cidadãos e cidadãs. Conclusões: a vigilância de Estado, seja em países ditos democráticos ou autoritários, opera em uma perspectiva dialética de proteção e controle, sendo necessária a busca de um equilíbrio entre o uso de informações pessoais pelos governos e a proteção da privacidade dos indivíduos.