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Abstract
Apesar de se tratar de um “dado adquirido”, a suposta rivalidade entre o Pe. José Maurício Nunes Garcia e Marcos Portugal, da forma como costuma ser retratada, é extremamente reducionista e simplista. Quando a corte portuguesa chegou ao Rio de Janeiro, em 1808, José Maurício era o único músico em condições de assumir os principais papéis musicais e fornecer o leque de composições que a corte precisava. Contudo, aos poucos, as chegadas sucessivas de músicos de Portugal aliviaram-no de certas tarefas: não só Marcos Portugal, mas, antes deste, Bernardo José de Souza Queiroz e Fortunato Mazziotti. Assim, a questão das relações profissionais entre os vários protagonistas nos primeiros anos da estada da Família Real é bem mais complexa do que a tradicional polarização entre José Maurício (o bom) e Marcos Portugal (o mau). Um entendimento, por um lado, dos cargos e tarefas a cumprir e, por outro, da sua distribuição entre os principais músicos disponíveis, revela uma grande diversidade de atividade musical e múltiplas figuras de destaque.