{"title":"Ecologia das Relações Espaciais: as Preposições do Crioulo Guineense","authors":"H. H. Couto","doi":"10.31492/2184-2043.RILP2017.31/PP.177-208","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O objetivo principal deste ensaio é analisar as preposições do crioulo português da Guiné-Bissau e de Casamansa (sul do Senegal), mostrando que, como já dizia Bernard Pottier desde pelo menos a década de sessenta do século passado, as preposições são originariamente espaciais. As relações temporais são derivadas das espaciais e as nocionais (abstratas) são derivadas de ambas. O modelo teórico utilizado para essa análise é o da jovem disciplina Ecolinguística, mais especificamente, sua versão chamada Linguística Ecossistêmica, que é a que praticamos no Brasil. Essa versão da Ecolinguística dispõe do modelo da ecologia das relações espaciais, de que as preposições espaciais são exemplos prototípicos. Partindo desse modelo, é possível explicar inclusive alguns usos de preposições que para nós ocidentais parecem estranhos, como a lebrei sai na si koba (o coelho saiu de sua toca). Explica também porque na (em) é a preposição prototípica, mas a mais frequente é di (de).","PeriodicalId":52590,"journal":{"name":"Revista Internacional em Lingua Portuguesa","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2008-10-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Internacional em Lingua Portuguesa","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.31492/2184-2043.RILP2017.31/PP.177-208","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O objetivo principal deste ensaio é analisar as preposições do crioulo português da Guiné-Bissau e de Casamansa (sul do Senegal), mostrando que, como já dizia Bernard Pottier desde pelo menos a década de sessenta do século passado, as preposições são originariamente espaciais. As relações temporais são derivadas das espaciais e as nocionais (abstratas) são derivadas de ambas. O modelo teórico utilizado para essa análise é o da jovem disciplina Ecolinguística, mais especificamente, sua versão chamada Linguística Ecossistêmica, que é a que praticamos no Brasil. Essa versão da Ecolinguística dispõe do modelo da ecologia das relações espaciais, de que as preposições espaciais são exemplos prototípicos. Partindo desse modelo, é possível explicar inclusive alguns usos de preposições que para nós ocidentais parecem estranhos, como a lebrei sai na si koba (o coelho saiu de sua toca). Explica também porque na (em) é a preposição prototípica, mas a mais frequente é di (de).
本文的主要目的是分析几内亚比绍和卡萨芒萨(塞内加尔南部)的葡萄牙克里奥尔语介词,表明正如伯纳德·波蒂埃至少在上世纪60年代所说的那样,介词最初是空间介词。时间关系是空间关系的衍生,概念关系(抽象)是两者的衍生。用于这一分析的理论模型是年轻的生态语言学学科,更具体地说,它的版本称为生态系统语言学,这是我们在巴西实践的。这个版本的生态语言学具有空间关系生态学的模型,其中空间介词是典型的例子。从这个模型中,我们甚至可以解释一些介词的用法,这些介词对我们西方人来说似乎很奇怪,比如lebrei sai na si koba(兔子离开了他的洞穴)。它还解释了为什么na (em)是典型的介词,但最常见的是di (de)。