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Abstract
Patrick Bond e Ana Garcia reúnem, na coletânea por eles editada BRICS: an Anti-Capitalist Critique, um formidável conjunto de pesquisas acadêmicas que buscam analisar as frequentemente contraditórias posições coletivas e individuais dos países conhecidos como BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O objetivo é averiguar se as ações das assim chamadas economias emergentes representam um desafio à atual hierarquia da ordem capitalista internacional ou se simplesmente contribuem para incorporá-los a dita hierarquia. Na Introdução do livro, Bond e Garcia delineiam quatro grandes perspectivas (subdividas em dez variações) sobre o fenômeno dos BRICS e distinguem quatro categorias ou classes de pessoas que sustentam tais visões. Esta categorização fornece uma ferramenta valiosíssima – um ponto de partida útil – para professores, estudantes e público interessado em identificar os vieses na crescente literatura acadêmica e nas reportagens jornalísticas sobre o assunto. A posição “BRICS pelo Alto”, defendida por políticos, estadistas, elites corporativas e similares, incorpora aqueles que caracterizam os BRICS como anti-imperialista, isto é, contrários ao capitalismo imperialista ainda que apenas em um nível retórico; ou como subimperialista, isto é, um parceiro menor dos Estados Unidos, da Europa ou do Japão; ou como interimperialista ao promover os interesses dos membros coletivos ou dominantes em oposição àqueles dos Estados Unidos e seus aliados.