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Abstract
A obesidade e considerada pela OMS um problema de saude publica, existindo mundialmente cerca 1,9 mil milhoes de pessoas com excesso de peso e destas, 600 milhoes sao obesas(1). Esta patologia representa um risco elevado para doencas cardiovasculares, diabetes, hipertensao e cancro(2). Na sua genese esta um desequilibrio entre a energia ingerida e a energia despendida. Este desequilibrio pode resultar de fatores psicologicos, ambientais, geneticos e metabolicos, indutores de perturbacoes do comportamento alimentar, como o aumento de ingestao alimentar ou de um estilo de vida sedentario. A regulacao do balanco energetico resulta de uma variedade de estimulos aferentes que sao processados no sistema nervoso central e respostas eferentes, reguladoras do apetite e saciedade. Os sinais aferentes podem ser transmitidos ao cerebro atraves do nervo vago ou pela via sistemica e envolver hormonas libertadas pelo tecido adiposo (leptina, adiponectina, resistina e visfatina) e pelo trato gastrointestinal (ghrelina, PYY, PP, GPL-1 e CCK). A resposta aos estimulos provoca ativacao ou inibicao de neuronios orexigenos (NPY, AgRP) e/ou anorexigenos (POMC, CART) localizados no hipotalamo. Enquanto a ativacao dos neuronios que expressam NPY e AgRP aumenta o apetite, a ativacao dos neuronios que expressam POMC ou CART origina saciedade(3). Muitos sao os estudos que procuraram compreender os mecanismos do balanco energetico. Contudo os resultados sao ainda, em alguns casos, pouco esclarecedores ou mesmo contraditorios. Com este artigo, pretende-se fazer uma revisao sobre os mecanismos de regulacao hormonal envolvidos na patogenese da obesidade, dando especial relevo as hormonas produzidas no tecido adiposo, estomago e intestino. Considerada uma epidemia do seculo XXI pela sua elevada prevalencia e complicacoes associadas, tornam-se cruciais mais estudos nesta area a fim de encontrar novas abordagens terapeuticas.