{"title":"Dos “ecos do estrangeiro” à internacionalização da educação: Dinâmicas comparativas em Portugal (séculos XVIII – XX)","authors":"A. I. Madeira","doi":"10.24140/issn.1645-7250.rle59.02","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste artigo proponho uma reflexão sobre o modo como as questões educativas foram pensadas em Portugal recorrendo a comparações a partir de exemplos com origem em contextos internacionais, entre finais do século XVIII e meados do século XX. O texto defende que a consagração da educação comparada como campo de investigação (e intervenção) é em si mesmo o resultado de um projecto cultural translocal assente numa forma política específica, o Estado-nação, e num modelo de incorporação educativa universal, a escola de massas. A discussão desenvolve-se a quatro tempos. No primeiro tempo discutem-se os ecos do estrangeiro durante o Iluminismo português (sécs. XVIII e XIX); num segundo tempo são os relatos de viagem e as missões ao estrangeiro que nos sinalizam as sociedades de referência para a construção do sistema educativo nacional (finais do séc. XIX – anos 30); num terceiro momento, a internacionalização da questão educativa nas colónias portuguesas aborda a questão das redes de regulação supra-nacionais das políticas imperiais; finalmente (1950-1974), identificam-se momentos de viragem na política educativa no sentido da sua integração em organismos que comparam o desempenho educativo ao nível supra-nacional, reforçando a centralidade politico-económica da educação.","PeriodicalId":39972,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Educacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-05-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Lusofona de Educacao","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.24140/issn.1645-7250.rle59.02","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"Social Sciences","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Neste artigo proponho uma reflexão sobre o modo como as questões educativas foram pensadas em Portugal recorrendo a comparações a partir de exemplos com origem em contextos internacionais, entre finais do século XVIII e meados do século XX. O texto defende que a consagração da educação comparada como campo de investigação (e intervenção) é em si mesmo o resultado de um projecto cultural translocal assente numa forma política específica, o Estado-nação, e num modelo de incorporação educativa universal, a escola de massas. A discussão desenvolve-se a quatro tempos. No primeiro tempo discutem-se os ecos do estrangeiro durante o Iluminismo português (sécs. XVIII e XIX); num segundo tempo são os relatos de viagem e as missões ao estrangeiro que nos sinalizam as sociedades de referência para a construção do sistema educativo nacional (finais do séc. XIX – anos 30); num terceiro momento, a internacionalização da questão educativa nas colónias portuguesas aborda a questão das redes de regulação supra-nacionais das políticas imperiais; finalmente (1950-1974), identificam-se momentos de viragem na política educativa no sentido da sua integração em organismos que comparam o desempenho educativo ao nível supra-nacional, reforçando a centralidade politico-económica da educação.