{"title":"PROFESSORES SURDOS NO CONTEXTO ACADÊMICO E SUAS NARRATIVAS SOBRE A ESCRITA ENTRE DUAS LÍNGUAS","authors":"Karoline Kist, Daiane Kipper, Camilo Darsie","doi":"10.24882/EEMD.V43I85.72472","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Questões relacionadas ao domínio das línguas de sinais e da modalidade escrita das línguas orais de diferentes países são tensionadas no contexto dos Estudos Surdos em diferentes situações. Partindo desta questão, pode-se entender que, no Brasil, a aproximação entre a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a Língua Portuguesa gera possibilidades de reflexão que sempre são úteis, tendo em vista que os surdos, usuários da Libras, comunicam-se cotidianamente em uma língua, ao passo que escrevem em outra. No contexto acadêmico, tal situação tem gerado obstáculos, especialmente para docentes surdos que precisam propor, desenvolver e publicar em periódicos relatos de pesquisas, de atividades de extensão e seus resultados. Portanto, este artigo tem por objetivo problematizar as implicações da norma ouvinte nos processos de subjetivação dos professores surdos do Ensino Superior, em especial, no que se refere à produção escrita em Língua Portuguesa. O estudo se apoia no campo dos Estudos Culturais articulados ao campo dos Estudos Surdos e baseia-se em entrevistas realizadas com professores surdos que ministram a disciplina Língua Brasileira de Sinais em universidades federais do Brasil. As narrativas indicam que ocorrem processos de subjetivação acerca do que significa ser docente surdo em contextos universitários e, também, acerca da resistência linguística como uma estratégia de valorização da Libras. Os professores surdos apresentam os limites da escrita por meio da Língua de Sinais e discorrem sobre a importância de se reforçar o valor e o reconhecimento da Língua de Sinais como formas de reinvindicação de novas políticas públicas relacionadas às duas línguas no Ensino Superior.","PeriodicalId":32429,"journal":{"name":"Revista Educacao em Debate","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-11-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Educacao em Debate","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.24882/EEMD.V43I85.72472","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Questões relacionadas ao domínio das línguas de sinais e da modalidade escrita das línguas orais de diferentes países são tensionadas no contexto dos Estudos Surdos em diferentes situações. Partindo desta questão, pode-se entender que, no Brasil, a aproximação entre a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a Língua Portuguesa gera possibilidades de reflexão que sempre são úteis, tendo em vista que os surdos, usuários da Libras, comunicam-se cotidianamente em uma língua, ao passo que escrevem em outra. No contexto acadêmico, tal situação tem gerado obstáculos, especialmente para docentes surdos que precisam propor, desenvolver e publicar em periódicos relatos de pesquisas, de atividades de extensão e seus resultados. Portanto, este artigo tem por objetivo problematizar as implicações da norma ouvinte nos processos de subjetivação dos professores surdos do Ensino Superior, em especial, no que se refere à produção escrita em Língua Portuguesa. O estudo se apoia no campo dos Estudos Culturais articulados ao campo dos Estudos Surdos e baseia-se em entrevistas realizadas com professores surdos que ministram a disciplina Língua Brasileira de Sinais em universidades federais do Brasil. As narrativas indicam que ocorrem processos de subjetivação acerca do que significa ser docente surdo em contextos universitários e, também, acerca da resistência linguística como uma estratégia de valorização da Libras. Os professores surdos apresentam os limites da escrita por meio da Língua de Sinais e discorrem sobre a importância de se reforçar o valor e o reconhecimento da Língua de Sinais como formas de reinvindicação de novas políticas públicas relacionadas às duas línguas no Ensino Superior.