{"title":"Filosofia trágica e pedagogia da escolha: imaginários cinematográficos sobre a afirmação da vida","authors":"Rogério de Almeida","doi":"10.1590/s1678-4634202349254031","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo O vínculo entre a filosofia trágica (nada, acaso e convenção) e a afirmação da vida ( amor fati ), como estabelecido por Friedrich Nietzsche e Clément Rosset, é estudado neste artigo sob o método do perspectivismo hermenêutico e em diálogo com os filmes Lucky (2017), dirigido por John Carroll Lynch, Paterson (2016), de Jim Jarmush, e A árvore dos frutos selvagens (2018), de Nuri Bilge Ceylan. Os imaginários dessas três obras cinematográficas traduzem um processo de reflexão sobre a vida que culmina na aprovação trágica, revelada a partir da trajetória dos protagonistas e do caráter formativo de suas experiências, cujo saber ( páthei mathos ) conflui com a pedagogia da escolha em seus três movimentos: a suspensão da crença, pela qual se estabelece o jogo estético que permite ver o mundo por outra perspectiva; a estética da experiência, que valoriza o saber exercitado pelas obras de ficção; e, por fim, a constituição de itinerários de (auto)formação, que organizam as experiências formativas e possibilitam a escolha da afirmação trágica. As conclusões apontam que, em consonância com a continuidade da vida dos protagonistas dos filmes estudados, a afirmação incondicional da vida não é o resultado, a etapa final de uma escolha, mas um processo contínuo de aprovação, desde que se reconheça o caráter trágico da existência, do que é dado a viver.","PeriodicalId":35419,"journal":{"name":"Educacao e Pesquisa","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-04-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Educacao e Pesquisa","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/s1678-4634202349254031","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"Social Sciences","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo O vínculo entre a filosofia trágica (nada, acaso e convenção) e a afirmação da vida ( amor fati ), como estabelecido por Friedrich Nietzsche e Clément Rosset, é estudado neste artigo sob o método do perspectivismo hermenêutico e em diálogo com os filmes Lucky (2017), dirigido por John Carroll Lynch, Paterson (2016), de Jim Jarmush, e A árvore dos frutos selvagens (2018), de Nuri Bilge Ceylan. Os imaginários dessas três obras cinematográficas traduzem um processo de reflexão sobre a vida que culmina na aprovação trágica, revelada a partir da trajetória dos protagonistas e do caráter formativo de suas experiências, cujo saber ( páthei mathos ) conflui com a pedagogia da escolha em seus três movimentos: a suspensão da crença, pela qual se estabelece o jogo estético que permite ver o mundo por outra perspectiva; a estética da experiência, que valoriza o saber exercitado pelas obras de ficção; e, por fim, a constituição de itinerários de (auto)formação, que organizam as experiências formativas e possibilitam a escolha da afirmação trágica. As conclusões apontam que, em consonância com a continuidade da vida dos protagonistas dos filmes estudados, a afirmação incondicional da vida não é o resultado, a etapa final de uma escolha, mas um processo contínuo de aprovação, desde que se reconheça o caráter trágico da existência, do que é dado a viver.
期刊介绍:
EDUCAÇÃO E PESQUISA é uma publicação quadrimestral da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – FEUSP. Publicada desde 1975, a revista aceita artigos em português, francês, espanhol e inglês. Publica artigos inéditos na área de educação, em especial resultados de pesquisa de caráter teórico ou empírico, revisões da literatura de pesquisa educacional e reflexões críticas sobre experiências pedagógicas.