Anna Karolyne Kaimmi Lima e Souza Lopes, Olga Akiko Takano, Juliana Ilídio da Silva, Vagner Ferreira do Nascimento, Amanda Cristina De Souza Andrade, Ana Cláudia Pereira Terças-Trettel
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Abstract
INTRODUÇÃO: A comprovação da associação de microcefalia no Brasil com a infecção congênita pelo Zika vírus, leva a necessidade de estudos sobre a repercussão no desenvolvimento das crianças decorrentes do comprometimento do sistema nervoso central (SNC). OBJETIVO: Avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) de crianças expostas à infecção congênita pelo Zika vírus e sua associação com características e diagnósticos pré natais, neonatais e pós natais da mãe/criança. MÉTODOS: Estudo transversal com crianças de zero a três anos, nascidas entre 2015 e 2018, classificadas com infecção congênita pelo Zika vírus. Na coleta das características clínicas e sócio demográficas, utilizou-se um questionário semiestruturado e na avaliação do DNPM o Teste de Triagem de Denver II. Na associação, utilizou-se o teste exato de Fisher (p<0,05). RESULTADOS: Avaliou-se 30 crianças, 46,67% apresentavam alterações do DNPM, os maiores foram na linguagem (46,67%) e motricidade fina (43,33%). 23,33% tinham mais que 24 meses, idade que associou-se a alterações do DNPM (p<0,012). A infecção predominou entre 4 e 12 semanas de gestação e obteve associação com os atrasos do DNPM (p<0,002). 46,67% das crianças apresentaram microcefalia e 40% calcificações cerebrais, ambos com associação a atrasos no DNPM (p<0,001). Em exame físico 36,7% apresentaram alterações de postura e persistência de reflexos primitivos, 40% hiperirritabilidade, 33,33% disfagia e deformidades articulares, todas com associação importante com as alterações no DNPM (p<0,001). CONCLUSÕES: Crianças expostas à infecção congênita pelo Zika vírus apresentaram atrasos no DNPM e quanto mais precoce a infecção na gravidez, maior o envolvimento do sistema nervoso central.