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Abstract
Os primeiros 15 anos do século XX presenciaram uma intensa expansão das instituições de educação superior no Brasil, particularmente no interior do país, com pequenas cidades passando a sediar, especialmente, universidades e institutos federais. Esse movimento tem gerado amplas repercussões urbanas, impactando as estruturas, o cotidiano e as dinâmicas de produção social do espaço urbano, com a presença de juventudes estudantis, atingindo particularmente os espaços públicos urbanos. No interior do estado do Ceará, no Nordeste brasileiro, a presença de uma universidade federal pública interiorizada e internacionalizada, com mais de cinco mil estudantes de graduação, sendo aproximadamente 25% migrantes internacionais, impacta duas pequenas cidades – Redenção e Acarape. Nesse sentido, este artigo analisa as dinâmicas territoriais na cidade de Redenção, com foco na Praça do Obelisco, envolvendo juventudes universitárias emergentes e a população local já anteriormente residente, entre o segundo semestre de 2017 e fevereiro de 2020. Metodologicamente, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa de caráter etnográfico, acionando também a busca por dados secundários, entrevistas com duas moradoras originárias e estudantes universitárias da UNILAB. A análise revela novas dinâmicas territoriais, por meio das ocupações criativas realizadas pelas juventudes universitárias, e, mais do que isso, a emergência dessas juventudes enquanto agentes políticos e urbanos significativos. Além do mais, os micro, nanoconflitos e lutas que atravessam a praça, assumindo formas urbanas e adquirindo caráter político, evidenciam desigualdades, segregações e estruturas potencialmente normalizadas e invisibilizadas, que estão a ser contestadas socialmente por esses agentes emergentes.