{"title":"ATIVIDADE CRIADORA COLETIVA: UNIDADE DE RESISTÊNCIA DO TRABALHO DOCENTE","authors":"Maria Nizete de Azevedo, A. L. Smolka","doi":"10.1590/0102-469840604","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"RESUMO Os processos imaginativos e criadores de professoras dos anos iniciais de escolarização são aqui analisados à luz da Teoria Histórico-Cultural, ancorados, sobretudo, nos conceitos de trabalho social, de Marx, e de atividades reprodutiva e criadora, de Vigotski e interlocutores. Intentou-se responder à pergunta: na atividade docente, o que evidencia os processos imaginativos e criadores? O contexto desta pesquisa abrangeu o trabalho docente de professoras de uma escola envolvida em um projeto de parceria colaborativa entre universidade e escola. A análise das atividades de ensino, mediada pela unidade de análise “atividade criadora coletiva”, mostrou a coexistência das atividades reprodutiva e criadora no trabalho docente, indicando que os processos de criação emanam das e entre as atividades reprodutivas prescritas, constituindo-se e sendo constituidores de práticas coletivas de resistência; apontou também que um ato criativo, essencialmente coletivo, entretecido por elementos oriundos da relação entre imaginação e realidade, emerge da inter-relação das experiências pessoais, profissionais, alheias e históricas, com fortes enlaces emocionais. Evidenciou-se ainda o coletivo como unidade de resistência, no qual a imaginação de cada sujeito é, ao mesmo tempo, por ele sustentada e fonte de criação coletiva. Esses resultados levam-nos à defesa de que as ações colaborativas entre as docentes convidam estas para a atividade de imaginação e criação, pois a riqueza do vivenciado não seria promovida por trabalhos docentes isolados. Afinal, o trabalho coletivo e a autoria docente sobre tal trabalho, mediados pela imaginação, são pilares para a construção da docência como atividade humana e práxis.","PeriodicalId":34106,"journal":{"name":"Educacao em Revista","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-08-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Educacao em Revista","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/0102-469840604","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
RESUMO Os processos imaginativos e criadores de professoras dos anos iniciais de escolarização são aqui analisados à luz da Teoria Histórico-Cultural, ancorados, sobretudo, nos conceitos de trabalho social, de Marx, e de atividades reprodutiva e criadora, de Vigotski e interlocutores. Intentou-se responder à pergunta: na atividade docente, o que evidencia os processos imaginativos e criadores? O contexto desta pesquisa abrangeu o trabalho docente de professoras de uma escola envolvida em um projeto de parceria colaborativa entre universidade e escola. A análise das atividades de ensino, mediada pela unidade de análise “atividade criadora coletiva”, mostrou a coexistência das atividades reprodutiva e criadora no trabalho docente, indicando que os processos de criação emanam das e entre as atividades reprodutivas prescritas, constituindo-se e sendo constituidores de práticas coletivas de resistência; apontou também que um ato criativo, essencialmente coletivo, entretecido por elementos oriundos da relação entre imaginação e realidade, emerge da inter-relação das experiências pessoais, profissionais, alheias e históricas, com fortes enlaces emocionais. Evidenciou-se ainda o coletivo como unidade de resistência, no qual a imaginação de cada sujeito é, ao mesmo tempo, por ele sustentada e fonte de criação coletiva. Esses resultados levam-nos à defesa de que as ações colaborativas entre as docentes convidam estas para a atividade de imaginação e criação, pois a riqueza do vivenciado não seria promovida por trabalhos docentes isolados. Afinal, o trabalho coletivo e a autoria docente sobre tal trabalho, mediados pela imaginação, são pilares para a construção da docência como atividade humana e práxis.