Alexandra Iglesias, Luciana Bicalho Reis, Nadilu Cardoso Drumond, Gabriele Izaguirres Ortiz, Kelly Guimarães Tristão
{"title":"Relações entre Profissionais da Gestão e dos Serviços: Falar para um Vazio?","authors":"Alexandra Iglesias, Luciana Bicalho Reis, Nadilu Cardoso Drumond, Gabriele Izaguirres Ortiz, Kelly Guimarães Tristão","doi":"10.1590/1982-3703003240194","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo O Sistema Único de Saúde se sustenta pelos pressupostos do trabalho coletivo, de relações transversalizadas e do compartilhamento de saberes e práticas. Tais princípios, todavia, encontram dificuldade de efetivação perante o modelo biomédico e o desmonte da saúde pública nos últimos anos. Assim, objetivou-se analisar as relações entre profissionais de uma equipe gestora municipal e profissionais dos serviços de saúde. Para isso, realizou-se sete grupos focais com profissionais de gerência e trabalhadores e diretores de serviços de saúde, totalizando 100 participantes. As transcrições dos grupos compuseram um corpus que foi submetido à análise lexical do tipo classificação hierárquica descendente com o auxílio do software Iramuteq, originando cinco classes: “Cotidiano dos Serviços”, “Metáforas da Relação Gestão-Serviço”, “Cotidiano da Gerência”, “Construir Junto?” e “Relação Gestão e Serviço”. A relação gestão-serviços é marcada por ambiguidades. Ora é percebida como distante, e os profissionais da gestão são tidos como os que planejam e decidem e os dos serviços, como os que executam. Ora é vista como lugar de construção conjunta de projetos coletivos em torno de um sistema que dá certo. Isso afirma a discussão de um hibridismo entre o paradigma dominante e o paradigma emergente. Esse último com a intenção de incluir no rol das práticas cotidianas da saúde um olhar para as subjetividades presentes e a perspectiva da construção de relações transversalizadas entre os diversos atores sociais, demandando espaços que potencializam coletivos capazes de promover cogestão.","PeriodicalId":30355,"journal":{"name":"Psicologia Ciencia e Profissao","volume":"131 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Psicologia Ciencia e Profissao","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1982-3703003240194","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Resumo O Sistema Único de Saúde se sustenta pelos pressupostos do trabalho coletivo, de relações transversalizadas e do compartilhamento de saberes e práticas. Tais princípios, todavia, encontram dificuldade de efetivação perante o modelo biomédico e o desmonte da saúde pública nos últimos anos. Assim, objetivou-se analisar as relações entre profissionais de uma equipe gestora municipal e profissionais dos serviços de saúde. Para isso, realizou-se sete grupos focais com profissionais de gerência e trabalhadores e diretores de serviços de saúde, totalizando 100 participantes. As transcrições dos grupos compuseram um corpus que foi submetido à análise lexical do tipo classificação hierárquica descendente com o auxílio do software Iramuteq, originando cinco classes: “Cotidiano dos Serviços”, “Metáforas da Relação Gestão-Serviço”, “Cotidiano da Gerência”, “Construir Junto?” e “Relação Gestão e Serviço”. A relação gestão-serviços é marcada por ambiguidades. Ora é percebida como distante, e os profissionais da gestão são tidos como os que planejam e decidem e os dos serviços, como os que executam. Ora é vista como lugar de construção conjunta de projetos coletivos em torno de um sistema que dá certo. Isso afirma a discussão de um hibridismo entre o paradigma dominante e o paradigma emergente. Esse último com a intenção de incluir no rol das práticas cotidianas da saúde um olhar para as subjetividades presentes e a perspectiva da construção de relações transversalizadas entre os diversos atores sociais, demandando espaços que potencializam coletivos capazes de promover cogestão.