{"title":"Patologia do Desempenho: TDAH, Drogas Estimulantes e Formas de Sofrimento no Capitalismo","authors":"Tiago Iwasawa Neves, Vinicius José de Lima Souza","doi":"10.1590/1982-3703003236353","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo O consumo de medicamentos estimulantes cresceu nos últimos anos, no Brasil e no mundo. Pessoas de diferentes idades, especialmente crianças e adolescentes, passaram a consumir estimulantes como a principal terapêutica utilizada para tratar o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Nesse contexto, estimulantes como as anfetaminas e o metilfenidato, mais conhecidos pelos nomes comerciais de Adderall e Ritalina, ganharam visibilidade social em razão da associação desses psicofármacos ao aperfeiçoamento de funções psíquicas como a atenção e o aumento na qualidade e no tempo de rendimento dos sujeitos nas mais variadas atividades. Com isso, aumentou também a procura desses estimulantes por pessoas que não estão em tratamento médico, mas que buscam aprimorar seu desempenho nas atividades que realizam. Diante desse cenário, o objetivo deste artigo foi demonstrar como o crescimento no consumo de estimulantes, seja por sujeitos em tratamento médico ou não, está relacionado aos processos de socialização hegemônicos nas sociedades capitalistas atualmente. Articulando o contexto apresentado com os conceitos da psicanálise lacaniana, foi possível concluir que o consumo massivo de estimulantes está relacionado aos processos de patologização e medicalização da existência, colocados em movimento por uma articulação entre o discurso médico-científico e o discurso do capitalista na contemporaneidade.","PeriodicalId":30355,"journal":{"name":"Psicologia Ciencia e Profissao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Psicologia Ciencia e Profissao","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1982-3703003236353","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Resumo O consumo de medicamentos estimulantes cresceu nos últimos anos, no Brasil e no mundo. Pessoas de diferentes idades, especialmente crianças e adolescentes, passaram a consumir estimulantes como a principal terapêutica utilizada para tratar o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Nesse contexto, estimulantes como as anfetaminas e o metilfenidato, mais conhecidos pelos nomes comerciais de Adderall e Ritalina, ganharam visibilidade social em razão da associação desses psicofármacos ao aperfeiçoamento de funções psíquicas como a atenção e o aumento na qualidade e no tempo de rendimento dos sujeitos nas mais variadas atividades. Com isso, aumentou também a procura desses estimulantes por pessoas que não estão em tratamento médico, mas que buscam aprimorar seu desempenho nas atividades que realizam. Diante desse cenário, o objetivo deste artigo foi demonstrar como o crescimento no consumo de estimulantes, seja por sujeitos em tratamento médico ou não, está relacionado aos processos de socialização hegemônicos nas sociedades capitalistas atualmente. Articulando o contexto apresentado com os conceitos da psicanálise lacaniana, foi possível concluir que o consumo massivo de estimulantes está relacionado aos processos de patologização e medicalização da existência, colocados em movimento por uma articulação entre o discurso médico-científico e o discurso do capitalista na contemporaneidade.