A pandemia de Covid-19 como justificativa para ações discriminatórias: viés racial na seletividade do direito a acompanhante ao parto

Juliana Mittelbach, Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque
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Abstract

Resumo Este artigo tem como objetivo analisar um subproduto inesperado encontrado na pesquisa de dissertação de mestrado intitulada A cor da violência obstétrica. Chamou a atenção dentre os dados levantados nas entrevistas que 86% das mulheres brancas puderam ter acompanhante de livre escolha em algum momento da internação para o parto. Entre as negras entrevistadas, somente 33% obtiveram autorização para exercer este mesmo direito garantido pela lei nº 11.108 de 2005. A justificativa utilizada pelos serviços de saúde para as mulheres que tiveram o direito a acompanhante negado foi a implementação de protocolos de controle e prevenção em relação à pandemia de Covid-19. Nas maternidades em que estas gestantes se internaram para o parto, não houve proibição irrestrita da presença de acompanhante durante a hospitalização. As instituições analisavam caso a caso. Esta avaliação subjetiva, sem critérios definidos, apresentou um viés racial na seletividade. Essas violações dos direitos das parturientes podem ser caracterizadas como racismo obstétrico.
Covid-19大流行作为歧视行为的理由:陪产权选择性中的种族偏见
本文旨在分析硕士论文《产科暴力的颜色》中发现的一个意想不到的副产品。在访谈中收集的数据中,86%的白人女性在分娩期间可能有自由选择的伴侣。在接受采访的黑人女性中,只有33%的人获得了行使2005年第11.108号法律保障的同样权利的授权。卫生服务部门为被剥夺陪伴权的妇女使用的理由是实施与Covid-19大流行有关的控制和预防议定书。在这些孕妇住院分娩的妇产医院中,没有无限制地禁止在住院期间陪同。这些机构是根据具体情况进行分析的。这种主观评价,没有明确的标准,在选择性上有种族偏见。这些侵犯产妇权利的行为可被描述为产科种族主义。
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