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Abstract
O tópico central de O prisioneiro, novela de Erico Verissimo, é, segundo o autor, a estupidez humana em muitos aspectos. Sua declaração é categórica, mas vaga. O texto de Verissimo tem como temas principais o racismo e a guerra, com suas violências e violações. Mas se em aspectos valorativos ambos, a guerra e o racismo, mantém vizinhanças com a estupidez, sua unificação demanda menos subjetividade. A passagem daquilo que os aproxima para aquilo que os iguala é a função ética do libelo humanista do autor. Este artigo se dedica à sua contraparte literária, de caráter epistêmico; tento mostrar que a estrutura da novela permite delinear, para além da ilegitimidade das ações políticas em questão, a fragilidade e a insuficiência das próprias crenças com as quais se pretende fundamentá-las.