{"title":"Entre Conflitos e Consensos: Impeachments de Dilma e Collor nas capas de jornais","authors":"A. Leitão, L. Guazina","doi":"10.15603/2175-7755/CS.V40N3P195-215","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é discutir como jornais brasileiros cobriram o impeachment de Dilma Rousseff em comparação com o processo contra Fernando Collor de Mello. Foram examinadas as capas de O Globo, Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo dos dias 17/04/2016 e 29/09/1992, datas em que a Câmara dos Deputados autorizou o processo de impeachment contra Dilma e contra Collor. A análise foi feita a partir do conflito como categoria estruturante das narrativas, proposto por Motta e Guazina (2010), e do enquadramento centrado no personalismo (PORTO, 2001). Tanto o conflito quanto o personalismo apareceram em graus distintos nos dois períodos históricos. O processo contra Dilma foi retratado como uma disputa acirrada e polarizada. Já em 1992, os jornais sustentam a ideia de que a queda de Collor tem respaldo popular e de atores e instituições. Nos dois casos, o jornalismo atuou como gestor de consensos, definindo os conflitos que merecem visibilidade e desidratando seus efeitos sociais.","PeriodicalId":31285,"journal":{"name":"Comunicacao Sociedade","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Comunicacao Sociedade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15603/2175-7755/CS.V40N3P195-215","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O objetivo deste artigo é discutir como jornais brasileiros cobriram o impeachment de Dilma Rousseff em comparação com o processo contra Fernando Collor de Mello. Foram examinadas as capas de O Globo, Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo dos dias 17/04/2016 e 29/09/1992, datas em que a Câmara dos Deputados autorizou o processo de impeachment contra Dilma e contra Collor. A análise foi feita a partir do conflito como categoria estruturante das narrativas, proposto por Motta e Guazina (2010), e do enquadramento centrado no personalismo (PORTO, 2001). Tanto o conflito quanto o personalismo apareceram em graus distintos nos dois períodos históricos. O processo contra Dilma foi retratado como uma disputa acirrada e polarizada. Já em 1992, os jornais sustentam a ideia de que a queda de Collor tem respaldo popular e de atores e instituições. Nos dois casos, o jornalismo atuou como gestor de consensos, definindo os conflitos que merecem visibilidade e desidratando seus efeitos sociais.
本文的目的是讨论巴西报纸如何报道迪尔玛·罗塞夫的弹劾与费尔南多·科洛尔·德梅洛的审判。我们分析了《环球报》、《巴西Correio brasiliense》、《圣保罗页报》和《圣保罗Estado de S. Paulo》2016年4月17日和1992年9月29日的封面,这一天众议院批准了对迪尔玛和科洛尔的弹劾程序。该分析基于Motta和Guazina(2010)提出的冲突作为叙事的结构范畴,以及以个人主义为中心的框架(波尔图,2001)。在这两个历史时期,冲突和个人主义都在不同程度上出现。对迪尔玛的诉讼被描绘成一场激烈而两极分化的争端。早在1992年,报纸就认为科洛尔的倒台得到了民众、演员和机构的支持。在这两种情况下,新闻都扮演了共识管理者的角色,定义了值得关注的冲突,并使其社会影响脱水。