F. M. Euclydes, Jussara Jéssica Pereira, F. C. P. D. Fonseca
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Abstract
O objetivo deste artigo foi analisar as dimensões de assimetria política responsáveis por configurar o processo de marginalização dos atingidos em contextos pós-desastres. Investigou-se o caso do colapso da barragem de Fundão, ocorrido em Mariana, (MG), 2015, e o constructo teórico das três faces de poder de Steven Lukes foi adaptado para compreender as dinâmicas de exclusão presentes na governança pós-desastre. Como metodologia, utilizou-se abordagem qualitativa, por meio de análises documentais, observação e entrevistas semiestruturadas. Nos resultados, foram evidenciados o papel subalterno e a desconsideração dos atingidos nas principais decisões que conformaram a governança pós-desastre. Esse processo se estruturou em marcos institucionais com vícios renitentes, e que, mesmo com modificações, não foram satisfatoriamente implementados. Concluiu-se que, a marginalização abrangeu decisões, arenas e ideias, sendo a “racionalidade não-instrumental” obliterada em todo processo. O emprego do constructo das três faces mostrou-se profícuo, podendo ser aplicado para análise de outros pós-desastres.