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Abstract
O nosso mundo contemporâneo é global no sentido de que se tornou um espaço indiviso de intercomunicação humana – uma ecumene, no sentido de uma rede de redes. Dentro deste vasto espaço, porém, é possível identificar zonas no interior das quais a intercomunicação ocorre com mais densidade. Esta noção não tem recebido a atenção analítica que merece – tal como sugeriu Sidney Mintz, quando propôs que o Caríbe fosse concebido como uma ecumene. Também Tolkien, na sua escrita ficcional, atribuiu especial peso à noção, recorrendo à expressão “a terra do meio”. O presente ensaio sustem que a partilha de um passado histórico comum funciona como um catalisador para a amicitia quer dizer, a familiariedade que resulta de viver num mundo comum. Nesse sentido, o ensaio propõe que o espaço/tempo que origina da expansão histórica dos portugueses (a lusotopia) deva ser concebido como uma “terra do meio”, onde a proximidade e a distância, a amizade e o conflito se mobilizam com especial intensidade.