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Abstract
A partir da experiência de trabalho concreta da autora na área da produção e da gestão cultural, e da análise de um conjunto alargado de entrevistas a produtores activos no campo do teatro e da dança, o artigo propõe uma revisão das relações entre criação artística e produção no campo das artes performativas. Nele se discute a necessidade de tornar visíveis os mecanismos de suporte à criação artística; a necessidade de inscrever os processos produtivos no campo ético e da solidariedade; a necessidade de uma produção emancipada, com autonomia intelectual e processual; a necessidade de resgatar as profissões de produção e gestão cultural relativamente às determinações da esfera administrativa, de pendor tecnocrata; e, de modo assumido, a urgência de um questionamento radical das formas de trabalho nas artes performativas, designadamente quanto à prevalência de modelos de trabalho demasiado hierarquizados. Reflectiremos, igualmente, acerca do posicionamento da produção e da gestão cultural no contexto do capitalismo neoliberal, cruzando reptos - provenientes tanto da teoria como da prática - a favor da repolitização da disciplina: a favor de recentrar a gestão cultural num conjunto de valores e princípios que a afastem da burocracia institucional e, simultaneamente, a libertem da sua fase ontológica.