{"title":"Padre Matria (Meu inimigo, o ícone)","authors":"Luis Camnitzer","doi":"10.22456/2357-9854.92909","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo aborda, pela perspectiva dos estudos decoloniais, a transformação, pela arte, do ícone linguístico “madre patria” – que se refere à Espanha em relação aos países colonizados pelos espanhóis. Considerando que a linguagem sempre serve ao colonizador, o texto mostra que esse termo dissimula a situação política de submissão do colonizado, ao ressaltar um aspecto positivo, qual seja, um lugar acolhedor para onde sempre se pode retornar. Em “Padre Matria”, num jogo de palavras, o ícone “madre patria” é desconstruído, desnudando a metáfora original e eliminando a hipocrisia da benevolência do colonizador. O texto reflete sobre a transformação de um ícone em unidade cultural: o que faz um objeto ser arte? Afirma que o consumo acrítico de ícones e memes passivos é uma porta aberta aos processos de colonização. Ao contrário, como em “Padre Matria”, estratégias de sincretismo, mudanças de contextos, atribuição de novos significados às coisas e a interatividade com memes contemporâneos são alguns dos passos que fazem parte da história da resistência anticolonial. E isso deve estar no ensino da arte nas escolas.","PeriodicalId":34811,"journal":{"name":"Revista Gearte","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-07-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Gearte","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22456/2357-9854.92909","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O artigo aborda, pela perspectiva dos estudos decoloniais, a transformação, pela arte, do ícone linguístico “madre patria” – que se refere à Espanha em relação aos países colonizados pelos espanhóis. Considerando que a linguagem sempre serve ao colonizador, o texto mostra que esse termo dissimula a situação política de submissão do colonizado, ao ressaltar um aspecto positivo, qual seja, um lugar acolhedor para onde sempre se pode retornar. Em “Padre Matria”, num jogo de palavras, o ícone “madre patria” é desconstruído, desnudando a metáfora original e eliminando a hipocrisia da benevolência do colonizador. O texto reflete sobre a transformação de um ícone em unidade cultural: o que faz um objeto ser arte? Afirma que o consumo acrítico de ícones e memes passivos é uma porta aberta aos processos de colonização. Ao contrário, como em “Padre Matria”, estratégias de sincretismo, mudanças de contextos, atribuição de novos significados às coisas e a interatividade com memes contemporâneos são alguns dos passos que fazem parte da história da resistência anticolonial. E isso deve estar no ensino da arte nas escolas.