Dhietelly Almeida Santos, Renata Sperrhake, Camila Alves de Melo
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Abstract
O problema da alfabetização das crianças brasileiras atravessa décadas de discussões e encontra-se acentuado após quase dois anos de ensino remoto, decorrente da pandemia de Covid-19. Diante deste cenário, o presente texto objetiva analisar como as estatísticas de alfabetização produzem discursivamente uma noção de risco relacionada à aprendizagem da população infantil, tendo o período de pandemia como agravante. Metodologicamente, utiliza-se da análise do discurso de inspiração foucaultiana. A empiria é composta pelos seguintes documentos, analisados na qualidade de monumentos: 1) Nota Técnica “Impactos da pandemia na alfabetização de crianças” (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2021) e 2) Resumo Executivo do relatório “O estado da crise global da educação: um caminho para a recuperação” (UNESCO; UNICEF; BANCO MUNDIAL, 2021). A partir dos conceitos de biopoder e biopolítica, discute-se a relação poder-saber posta em funcionamento pelas estatísticas para o governo da população. As análises do material empírico visibilizam o risco do analfabetismo infantil atrelado a quatro fatores: 1) fatores socioeconômicos; 2) fatores de gênero; 3) fatores raciais e 4) Projeção do risco.