{"title":"Quando o “discurso do sujeito” não instala o sujeito do discurso: desafios para a implementação da BNCC de língua vernácula no ensino médio","authors":"Anderson Salvaterra Magalhães","doi":"10.22297/dl.v11i0.3865","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste artigo, o objetivo é discutir alguns desafios contemporâneos para o ensino formal do vernáculo no ensino médio considerando a tendência monologizante do que se compreende como engajamento em redes sociais digitais. Para isto, assume-se a “participação mais plena dos jovens nas diferentes práticas socioculturais que envolvem o uso das linguagens” prevista na BNCC Ensino Médio de Língua Portuguesa como mote para problematização da latente contradição entre o que, do senso comum, compreende-se como “discurso do sujeito” e o que, do ponto de vista dialógico, se define como efetiva participação sociocultural, que instala sujeitos do discurso. A discussão está fundamentada no que se tem chamado Análise Dialógica do Discurso e é encaminhada em dois principais blocos. O primeiro constitui um breve ensaio acerca do primado histórico-social que subjaz ao quadro teórico mobilizado para definição do que se entende por língua/linguagem, enunciado concreto e sujeito do discurso. O segundo consiste numa reflexão especulativa em que se cotejam, por um lado, práticas contemporâneas de engajamento em redes sociais digitais e, por outro, o desafio para o ensino formal contribuir com a interação social responsável dos jovens nesse tipo de prática. A articulação desses dois blocos demonstra como o distanciamento do senso comum acerca do que seja “interagir socialmente” indica mecanismos enunciativo-discursivos para efetiva participação cultural. Assim, conclui-se que a BNCC para o vernáculo no ensino médio constitui não uma orientação prescritiva, mas uma diretriz propositiva que mira o compromisso ético dos atores implicados na esfera da educação formal.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-05-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"2","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Dialogo das Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22297/dl.v11i0.3865","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LANGUAGE & LINGUISTICS","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Neste artigo, o objetivo é discutir alguns desafios contemporâneos para o ensino formal do vernáculo no ensino médio considerando a tendência monologizante do que se compreende como engajamento em redes sociais digitais. Para isto, assume-se a “participação mais plena dos jovens nas diferentes práticas socioculturais que envolvem o uso das linguagens” prevista na BNCC Ensino Médio de Língua Portuguesa como mote para problematização da latente contradição entre o que, do senso comum, compreende-se como “discurso do sujeito” e o que, do ponto de vista dialógico, se define como efetiva participação sociocultural, que instala sujeitos do discurso. A discussão está fundamentada no que se tem chamado Análise Dialógica do Discurso e é encaminhada em dois principais blocos. O primeiro constitui um breve ensaio acerca do primado histórico-social que subjaz ao quadro teórico mobilizado para definição do que se entende por língua/linguagem, enunciado concreto e sujeito do discurso. O segundo consiste numa reflexão especulativa em que se cotejam, por um lado, práticas contemporâneas de engajamento em redes sociais digitais e, por outro, o desafio para o ensino formal contribuir com a interação social responsável dos jovens nesse tipo de prática. A articulação desses dois blocos demonstra como o distanciamento do senso comum acerca do que seja “interagir socialmente” indica mecanismos enunciativo-discursivos para efetiva participação cultural. Assim, conclui-se que a BNCC para o vernáculo no ensino médio constitui não uma orientação prescritiva, mas uma diretriz propositiva que mira o compromisso ético dos atores implicados na esfera da educação formal.