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Abstract
A escrita de J.G. Ballard (1930-2009) abre-se a um conjunto de discussões que são fundamentais para os campos da Antropologia e da Literatura. Considerado um dos grandes nomes da literatura inglesa, o autor se divide entre os gêneros da escrita autobiográfica e ficção científica. Neste artigo, analiso um conjunto diverso de obras que se conectam pelo que se denominou paisagem narrativa, conceito inspirado nas teorias do antropólogo Tim Ingold (2015). A análise pormenorizada das obras, do contexto histórico e pessoal do autor trazem à baila discussões referentes à memória, trauma e modernidade, ensejando em um mapeamento das principais questões da civilização ocidental na segunda metade do século XX. Os objetivos consistem em produzir, através das narrativas ficcionais, imagens e leituras do mundo social, tomando a obra literária como elemento em constante relação com este. Conclui-se que as ficções ballardianas são experimentos com as dimensões sociais e individuais da memória, observando a leitura crítica sobre o período pós-guerra e os efeitos colaterais do projeto burguês de civilização capitalista.