Emerson Takumi Yamaguti, Viviane Melo de Mendonça, João Henrique Da Silva
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Abstract
Os corpos de pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queers, Intersexuais, Assexuais e outros (LGBTQIA+) com deficiência constituem-se como de um grupo que foi historicamente marginalizado e silenciados, mas que resistem e lutam junto aos movimentos sociais contra o pensamento hegemônico e a favor da ressignificação das identidades, sejam elas de raça, de gênero, de classe ou orientação sexual, dando voz e visibilidade aos sujeitos que são considerados como grupos minoritários. As pesquisas sobre as pessoas com deficiência da comunidade LGBTQIA+ é recente e há escassez de produções específicas envolvendo LGBTQIA+ com deficiência na arte. Dessa maneira, este estudo objetiva refletir sobre a trajetória de vida de uma pessoa LGBTQIA+ com deficiência, buscando, em suas memórias, identificar os elementos de silenciamento, resistência e transformação de vida através da arte. Trata-se um trabalho que utiliza a história oral na modalidade história oral de vida, fundamentando-se nos estudos feministas (decolonial e interseccional). Participou da pesquisa um homem adulto LGBTQIA+ com deficiência e ator que possui 29 anos de idade e frequentou a rede regular de ensino e escolas de teatro no estado de Rio de Janeiro. Conclui-se de sua história de vida que as artes possibilitaram autoconhecimento, descoberta da sexualidade, segurança, fortalecimento de suas identidades e enfrentamento do capacitismo estrutural e cultural. Por outro lado, verificou-se que houve silenciamento por ser um corpo gay com deficiência. Por fim, ressalta-se que a trajetória de vida de Alcides sinaliza a necessidade de problematizar o papel da Arte na inclusão de corpos LGBTQIA+ com deficiência na sociedade.