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Abstract
Os ensaios de António Sérgio propõem uma história escrita por um cidadão-filósofo, crítica das perspetivas nacionalistas e da história erudita que sacraliza os factos e deprecia as hipóteses teóricas. Opositor do regime, o seu projeto de uma História de Portugal em nove tomos foi abortado pela apreensão do tomo 1 em 1941. O historiador Alfredo Pimenta, com o apoio de Salazar, atacou essa publicação e Sérgio respondeu a Pimenta com aprofundadas reflexões sobre a epistemologia da História, mostrando como o papel das interpretações é fundamental, geminando a história com os outros saberes, sob um ideal científico totalizante e transdisciplinar. Expõem-se os contornos da polémica e analisam-se essas reflexões, integrando-as no todo da obra do autor e mostrando a inspiração recolhida nas obras de John Dewey (função da história), de Henri Berr (síntese científica) e de alguns historiadores e filósofos do virar do século.