{"title":"O Novo Templo em Ezequiel Análise dos capítulos 40-48 à luz do Código Sacerdotal","authors":"Clarisse Palma da Silva","doi":"10.11606/issn.2179-5894.ip194-206","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Ao profeta-sacerdote Ezequiel foi conferido o plano do Templo ideal após a destruição daquele que viria a ser conhecido como Primeiro Templo ou Templo de Salomão, em 586 a.C.. Os capítulos 40-48 trazem um projeto exílico para a reconstituição espiritual da sociedade israelita, baseado no Código Sacerdotal da Torá, mas, ao mesmo tempo, acrescido de reinterpretações, emendas e complementos advindos da experiência traumática do exílio e da perda das instituições mais caras ao povo: a monarquia davídica – símbolo da autonomia do governo de YHWH através da dinastia ungida – e o santuário, lugar escolhido por Deus a fim de habitar entre Seu povo. Através da análise comparativa entre o Código Sacerdotal e a dita “Torá” de Ezequiel, é possível vislumbrar algumas evidências do desenvolvimento da linguagem cúltica em Israel. Por sua vez, essas evidências configuram uma base sólida para a tese de uma data pré-exílica para a obra sacerdotal, que pode ser reconhecida como o fundamento e a inspiração para a renovada sociedade israelita, assim como fora sonhada por Ezequiel. Também é através de acréscimos e pequenas alterações com relação ao antigo texto sacerdotal que se revela um projeto que se criou visando, antes de tudo, evitar uma nova tragédia nacional, assegurando a presença divina no Templo e na sociedade ideais. ","PeriodicalId":31338,"journal":{"name":"Vertices","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Vertices","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.2179-5894.ip194-206","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Ao profeta-sacerdote Ezequiel foi conferido o plano do Templo ideal após a destruição daquele que viria a ser conhecido como Primeiro Templo ou Templo de Salomão, em 586 a.C.. Os capítulos 40-48 trazem um projeto exílico para a reconstituição espiritual da sociedade israelita, baseado no Código Sacerdotal da Torá, mas, ao mesmo tempo, acrescido de reinterpretações, emendas e complementos advindos da experiência traumática do exílio e da perda das instituições mais caras ao povo: a monarquia davídica – símbolo da autonomia do governo de YHWH através da dinastia ungida – e o santuário, lugar escolhido por Deus a fim de habitar entre Seu povo. Através da análise comparativa entre o Código Sacerdotal e a dita “Torá” de Ezequiel, é possível vislumbrar algumas evidências do desenvolvimento da linguagem cúltica em Israel. Por sua vez, essas evidências configuram uma base sólida para a tese de uma data pré-exílica para a obra sacerdotal, que pode ser reconhecida como o fundamento e a inspiração para a renovada sociedade israelita, assim como fora sonhada por Ezequiel. Também é através de acréscimos e pequenas alterações com relação ao antigo texto sacerdotal que se revela um projeto que se criou visando, antes de tudo, evitar uma nova tragédia nacional, assegurando a presença divina no Templo e na sociedade ideais.