{"title":"Sentidos de ‘normal’/’anormal’ em circulação: o diferente como caução argumentativa","authors":"Gildo Antonio Moura Júnior, Cármen Agustini","doi":"10.22297/dl.v11i0.3997","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste artigo, filiados à Semântica do Acontecimento, elaborada por Eduardo Guimarães (2002; 2005; 2018), que considera que os sentidos são constituídos no enunciado, na relação de uma palavra com outra, analisamos a designação das palavras ‘normal’/‘anormal’ em um arquivo constituído por nove textos midiáticos de circulação no Brasil, publicados no período de 2000 a 2019, nos quais as palavras ‘normal’/‘anormal’ constam de suas formulações. O interesse de reflexão sobre o par de palavras (‘normal’/‘anormal’) encontra-se em compreender como os seus sentidos se constituem nos enunciados nos quais elas comparecem como qualitativo de ser humano, e de que forma esses sentidos dialogam com a historicidade dos sentidos de ‘normalidade’. Os sentidos de tais palavras têm ganhado o cotidiano do brasileiro para designar diversas práticas, comportamentos, ideias, ações etc. Portanto, investigamos como o ‘normal’/‘anormal’ significa e faz significar o diferente como caução argumentativa de certas práticas segregacionistas. Essa análise mostra como o político atravessa a língua no acontecimento da enunciação, fazendo significar uma divisão desigual do real, na qual os sentidos de ‘normal’ caucionam argumentativamente essa divisão. Essa divisão funciona determinando como o enunciado pode e deve incluir certos sentidos e excluir outros. É assim que um enunciado concorre por espaço com outro(s) enunciado(s), instaurando uma disputa por significar. Em decorrência da constituição política do enunciado, analisamos a historicidade da palavra ‘normal’/’anormal’, para compreender de que forma sua significação é interpelada por questões políticas de poder dizer.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-04-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Dialogo das Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22297/dl.v11i0.3997","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LANGUAGE & LINGUISTICS","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Neste artigo, filiados à Semântica do Acontecimento, elaborada por Eduardo Guimarães (2002; 2005; 2018), que considera que os sentidos são constituídos no enunciado, na relação de uma palavra com outra, analisamos a designação das palavras ‘normal’/‘anormal’ em um arquivo constituído por nove textos midiáticos de circulação no Brasil, publicados no período de 2000 a 2019, nos quais as palavras ‘normal’/‘anormal’ constam de suas formulações. O interesse de reflexão sobre o par de palavras (‘normal’/‘anormal’) encontra-se em compreender como os seus sentidos se constituem nos enunciados nos quais elas comparecem como qualitativo de ser humano, e de que forma esses sentidos dialogam com a historicidade dos sentidos de ‘normalidade’. Os sentidos de tais palavras têm ganhado o cotidiano do brasileiro para designar diversas práticas, comportamentos, ideias, ações etc. Portanto, investigamos como o ‘normal’/‘anormal’ significa e faz significar o diferente como caução argumentativa de certas práticas segregacionistas. Essa análise mostra como o político atravessa a língua no acontecimento da enunciação, fazendo significar uma divisão desigual do real, na qual os sentidos de ‘normal’ caucionam argumentativamente essa divisão. Essa divisão funciona determinando como o enunciado pode e deve incluir certos sentidos e excluir outros. É assim que um enunciado concorre por espaço com outro(s) enunciado(s), instaurando uma disputa por significar. Em decorrência da constituição política do enunciado, analisamos a historicidade da palavra ‘normal’/’anormal’, para compreender de que forma sua significação é interpelada por questões políticas de poder dizer.