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Abstract
Este artigo pretende analisar a obra Novas Cartas Portuguesas (1974) de Maria Velho da Costa, Maria Isabela Barreno e Maria Teresa Horta, cuja proposta de reescrita das Cartas portuguesas de Mariana Alcoforado nos parece atravessar a datação e a contextualização do fim do regime ditatorial em Portugal, posicionando-se como uma poética do imaginário a desafiar os efeitos do discurso no mundo e a problematizar as implicações do mundo na nossa produção de imagens. Trata-se de uma proposta de leitura desta espécie de desobra epistolar, em que a estrutura de correspondência, entrevista, por exemplo, no gesto do endereçamento, acaba por trabalhar com figurações do feminino e da mulher, que são destruídas e desconstruídas logo depois de serem atribuídas, destinadas ou nomeadas nas cartas. Nesse sentido, tanto o uso performativo da linguagem quanto o gênero poético são considerados constituintes dessas Novas cartas, que não cessam de prender o leitor à palavra, ao grito e ao canto, forçando também as autoras a prestarem ouvidos a si mesmas, em um movimento de reivindicação e de despossessão.