Marília Geovana de Oliveira Lisboa, Rubens Cunha Castelo Branco
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Abstract
O presente trabalho busca discutir o protagonismo feminino na luta pela terra no contexto paraense, destacando as formas de contribuição com base na ótica da mulher. Tomaremos como análise pontual o caso da missionária Dorothy Stang, fundadora do Projeto de Desenvolvimento Sustentável-PDS na cidade de Anapu, assassinada em 2005. A Metodologia deste trabalho se utilizou de levantamento bibliográfico relacionado à luta camponesa feminina, análise documental de arquivos da CPT- Belém, entrevistas, levantes de notícias de jornais, bem como inquéritos policiais. Com base no levantamento de dados, pode se afirmar que a organizaçãoagrária brasileira é produzida pela elite e mantenedora do poder desta desde as primeiras divisões de terras no período colonial. Para manter os privilégios desta elite, diversas formas de violênciacontra as famílias são sistematicamente praticadas. Discutiremos a corrida pela construção erepresentatividade, identidade e subjetividade da mulher na luta pela terra, através das açõesdesenvolvidas por Irma Dorothy. Esta representatividade é importante para o remodelamento daluta camponesa. A representatividade de Dorothy como defensora pelo território de vida foisignificativa no processo de participação feminina nas demandas do PDS. O seu legado alertapara o agravamento e silenciamento em torno da violência presente na sociedade na totalidade eem particular no campo brasileiro.