Ana Carolina Wolff Mota, Mauro Luís Vieira, Adriano Henrique Nuernberg
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Abstract
Indivíduos diagnosticados com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) apresentam comprometimento qualitativo para interagir socialmente de forma recíproca, para discriminar o sentido social das experiências com outros e, por conseguinte, prejuízo significativo no processo de desenvolvimento de habilidades sociocomunicativas. Sinais de autismo podem ser identificados desde o primeiro ano de vida, o que representa possibilidade de iniciar intervenção precoce – sendo esta um importante preditor na recuperação funcional desse transtorno do neurodesenvolvimento. O objetivo do presente estudo é revisar, na literatura científica, procedimentos de intervenção comportamentais e de desenvolvimento intensivas e precoce, em crianças diagnosticadas com TEA, que revelem evidência de resultados. Foram pesquisadas cinco bases de dados internacionais, nas áreas de saúde e educação, como fontes da busca, quais sejam: a) Web of Science; b) Scopus; c) PsycInfo; d) Eric; e, e) BVS. A partir disso, foram selecionados 95 artigos a partir dos critérios de inclusão adotados e identificou-se que as principais áreas de desenvolvimento-alvos das intervenções são habilidades de comunicação, interação social e cognição; o tempo médio pode variar, contudo, a recomendação é de que haja intensidade de, no mínimo, 3 horas por dia; os contextos de intervenção variam e envolvem predominantemente ambientes clínicos ou domésticos, cujos agentes de intervenção são técnicos e pais. Quanto aos ingredientes ativos nos efeitos das intervenções, quanto mais nova a criança e mais alto for o QI, maior a probabilidade de desfechos favoráveis na intervenção; em relação aos principais indicadores de qualidade, os programas são avaliados a partir de ganhos nas habilidades cognitivas, de linguagem, adaptativas e sociais. Tais resultados podem ser convertidas em diretrizes na implementação de programas de intervenção precoce para crianças com autismo.