{"title":"A concepção do ato de narrar representada pela personagem Raimundo Silva, em História do cerco de Lisboa, de José Saramago","authors":"K. Adorno, Raquel Trentin Oliveira","doi":"10.15448/1983-4276.2022.1.42401","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Objetivamos, no presente artigo, refletir sobre a concepção do ato de narrar representada pela personagem Raimundo Silva, em História do cerco de Lisboa, de José Saramago. Para isso, buscamos pensar sobre como Raimundo Silva lê as suas experiências antes e depois do seu ato infrator, de colocar um “não no lugar de um “sim” em um documento histórico já consagrado pela tradição. A fim de evidenciar como a teoria pode servir para iluminar a literatura, aproximo-me do romance sob a chave de leitura da chamada teoria ricoeuriana de “A tríplice mimese”, pertencente à obra Tempo e Narrativa (1983 [1994]). Esse corpo teórico se torna importante por tratar da identidade narrativa, em que o ato de narrar, de “pôr-em-intriga” os acontecimentos, constitui a maneira pela qual o sujeito organiza as suas experiências práticas. Esse ponto pode vir a explicar a necessidade imperante de Raimundo Silva de modificar o texto de outrem e, assim, a sua própria identidade, cruzando os limites da sua função de corretor.","PeriodicalId":52736,"journal":{"name":"Navegacoes Revista de Cultura e Literaturas de Lingua Portuguesa","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-08-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Navegacoes Revista de Cultura e Literaturas de Lingua Portuguesa","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15448/1983-4276.2022.1.42401","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Objetivamos, no presente artigo, refletir sobre a concepção do ato de narrar representada pela personagem Raimundo Silva, em História do cerco de Lisboa, de José Saramago. Para isso, buscamos pensar sobre como Raimundo Silva lê as suas experiências antes e depois do seu ato infrator, de colocar um “não no lugar de um “sim” em um documento histórico já consagrado pela tradição. A fim de evidenciar como a teoria pode servir para iluminar a literatura, aproximo-me do romance sob a chave de leitura da chamada teoria ricoeuriana de “A tríplice mimese”, pertencente à obra Tempo e Narrativa (1983 [1994]). Esse corpo teórico se torna importante por tratar da identidade narrativa, em que o ato de narrar, de “pôr-em-intriga” os acontecimentos, constitui a maneira pela qual o sujeito organiza as suas experiências práticas. Esse ponto pode vir a explicar a necessidade imperante de Raimundo Silva de modificar o texto de outrem e, assim, a sua própria identidade, cruzando os limites da sua função de corretor.