Isabela Meline Lopes, Debora Nery de Souza, Thiago de Alencar Neves, César Rossas Mota Filho
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Abstract
RESUMO Os banheiros químicos são uma solução largamente utilizada como alternativa ao esgotamento sanitário de lugares onde não há acesso à rede coletora de esgoto, principalmente eventos públicos e frentes de trabalho móveis. Nesses banheiros é comum a adição de substâncias desodorizantes com os intuitos de inibir a atividade microbiológica do meio e minimizar os maus odores gerados pela ação microbiana. Os desodorizantes aplicados possuem surfactantes, essências aromáticas e corantes, além de princípios ativos usados na inibição da atividade microbiológica, como o formaldeído, composto carcinogênico. A gestão dos efluentes de banheiros químicos no Brasil ainda é -incipiente, existindo relatos de descarte clandestino em rios e sistemas de drenagem, trazendo consequências à saúde pública e ao meio ambiente. Existem poucos estudos sobre a caracterização desses efluentes e os possíveis impactos gerados em estações de tratamento de esgoto convencionais que realizam o recebimento desses resíduos. Por tais motivos, este estudo avaliou a gestão, o transporte e a destinação final dos efluentes de banheiros químicos, os desodorizantes empregados e as regulamentações brasileiras e mineiras. Além disso, apresentou um cenário para discussão, utilizando metodologias qualitativas e quantitativas de pesquisa, tais como a aplicação de entrevistas estruturadas e semiestruturadas e análise documental. Os resultados obtidos neste estudo indicam que não há consenso sobre as melhores práticas de manejo e gestão dos efluentes de banheiros químicos, impactando em sua regulamentação em níveis estaduais e, sobretudo, nacionais. Portanto, observa-se que deve haver uma melhoria no controle ambiental do setor, principalmente no que diz respeito à regulação dos serviços de recebimento de material por parte das estações de tratamento de esgoto.