{"title":"Ignorância Proposicional e Proposições Falsas","authors":"Lucas Jairo Cervantes Bispo","doi":"10.5007/1808-1711.2022.e84745","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste trabalho discuto a natureza e a estrutura de análise da ignorância proposicional. Meu objetivo é de apontar que, em primeiro lugar, diferentemente de como ao menos duas das principais concepções da epistemologia da ignorância têm pressuposto, a análise da ignorância proposicional não se reduz a estrutura “S é ignorante que P” ou variantes semelhantes a esta estrutura. Ao lerem a ignorância proposicional reduzida em termos de “S é ignorante que P”, essas concepções não fazem a melhor análise da ignorância proposicional. Isto porque, por um lado, geram um problema que se refere a uma possibilidade pouco trabalhada. Trata-se da possibilidade da ignorância sobre proposições falsas e o problema, como será mostrado, é que nessa redução há boas razões tanto para afirmar como para negar essa possibilidade. Isso se constitui, no mínimo, como uma tensão teórica relevante que pode comprometer essas concepções e as análises realizadas a partir delas. Por outro lado, essa redução exclui ao menos um sentido geral e não necessariamente factivo de ignorância proposicional, o que nos priva de uma análise mais adequada da ignorância e de outros temas relacionados. Tendo esse problema e os seus desdobramentos em vista, apontarei, em segundo lugar, para uma hipótese que tem o potencial de dissolvê-lo a partir da reformulação de como compreendemos a ignorância proposicional, herdando as vantagens das razões a favor e das razões contra a possibilidade da ignorância sobre proposições falsas e superando as objeções levantadas contra elas.\n ","PeriodicalId":38561,"journal":{"name":"Principia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-06-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Principia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/1808-1711.2022.e84745","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"Arts and Humanities","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Neste trabalho discuto a natureza e a estrutura de análise da ignorância proposicional. Meu objetivo é de apontar que, em primeiro lugar, diferentemente de como ao menos duas das principais concepções da epistemologia da ignorância têm pressuposto, a análise da ignorância proposicional não se reduz a estrutura “S é ignorante que P” ou variantes semelhantes a esta estrutura. Ao lerem a ignorância proposicional reduzida em termos de “S é ignorante que P”, essas concepções não fazem a melhor análise da ignorância proposicional. Isto porque, por um lado, geram um problema que se refere a uma possibilidade pouco trabalhada. Trata-se da possibilidade da ignorância sobre proposições falsas e o problema, como será mostrado, é que nessa redução há boas razões tanto para afirmar como para negar essa possibilidade. Isso se constitui, no mínimo, como uma tensão teórica relevante que pode comprometer essas concepções e as análises realizadas a partir delas. Por outro lado, essa redução exclui ao menos um sentido geral e não necessariamente factivo de ignorância proposicional, o que nos priva de uma análise mais adequada da ignorância e de outros temas relacionados. Tendo esse problema e os seus desdobramentos em vista, apontarei, em segundo lugar, para uma hipótese que tem o potencial de dissolvê-lo a partir da reformulação de como compreendemos a ignorância proposicional, herdando as vantagens das razões a favor e das razões contra a possibilidade da ignorância sobre proposições falsas e superando as objeções levantadas contra elas.