{"title":"Do sujeito em seu ponto de ebulição: o anacronismo narrativo, o exotismo e a imagem em El santo, de César Aira","authors":"Renato Bradbury de Oliveira","doi":"10.5007/1984-784x.2020.e82981","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este texto parte da ideia batailliana de um “sujeito em seu ponto de ebulição” para pensar alguns aspectos da narrativa El santo (2015) de César Aira: o anacronismo narrativo, o exotismo e a imagem. O monge milagreiro, protagonista da narrativa, é esse sujeito em ponto de ebulição que está implicado (seu corpo, sua experiência) na dispendiosa dinâmica dos acontecimentos no mundo. Argumenta-se que essa implicação parece deslocar a subjetividade para a ordem do impessoal, já que a única instância pessoal — a voz anacrônica do narrador — segue a lógica do exotismo de trazer o silêncio da imagem para dentro da linguagem: não há a organização das experiências visando um desfecho narrativo (a comunicação de um saber adquirido); pelo contrário, toda a sucessão de acontecimentos não mostra nada além de um gasto de energia sem retorno a partir de um sujeito em seu ponto de ebulição (a comunicação de um excesso).","PeriodicalId":31105,"journal":{"name":"Boletim de Pesquisa NELIC","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-08-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Boletim de Pesquisa NELIC","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/1984-784x.2020.e82981","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este texto parte da ideia batailliana de um “sujeito em seu ponto de ebulição” para pensar alguns aspectos da narrativa El santo (2015) de César Aira: o anacronismo narrativo, o exotismo e a imagem. O monge milagreiro, protagonista da narrativa, é esse sujeito em ponto de ebulição que está implicado (seu corpo, sua experiência) na dispendiosa dinâmica dos acontecimentos no mundo. Argumenta-se que essa implicação parece deslocar a subjetividade para a ordem do impessoal, já que a única instância pessoal — a voz anacrônica do narrador — segue a lógica do exotismo de trazer o silêncio da imagem para dentro da linguagem: não há a organização das experiências visando um desfecho narrativo (a comunicação de um saber adquirido); pelo contrário, toda a sucessão de acontecimentos não mostra nada além de um gasto de energia sem retorno a partir de um sujeito em seu ponto de ebulição (a comunicação de um excesso).